sábado, 14 de julho de 2012

Moda & inconsciente Olhar de uma psicanalista

"Porque, deixando de lado as diferenças corporais (tamanho, corpulência, cor da pele, etc.) é a partir das roupas que vestimos que os que nos veem formam as suas primeiras impressões a nosso respeito."

"Bastam alguns segundos e a sua postura, o seu gestual, as suas expressões, a sua aparência já emitiram milhares de sinais visuais, automaticamente decodificados, retranscritos, traduzidos, analisados, interpretados por aquele que se encontra à sua frente. Antes mesmo que você emita qualquer palavra, a pessoa que olha para você já experimenta sensações em relação à sua pessoa. Ela já sabe se você é alguém que ela deseja integrar ao seu espaço sensitivo, afetivo, profissional e pessoal..."

"Os olhos fechados, aqueles que olham sem ver e os olhos indiferentes, é o que a moda procura alterar; ela busca despertar o olhar. E, se insistimos tanto sobre sua futilidade, não seria para nos defendermos da sua importância, segundo o mecanismo de "inversão em seu contrário", que os processos do sonho nos ensinaram a conhecer? Dessa maneira, o que o olhar da moda nos revelaria é ao mesmo tempo a nossa vulnerabilidade de ser visto e a de não ser percebido, essa contradição, na qual existir para o outro tem importância desde o primeiro olhar, faz com que seja urgente tanto chamar atenção como se proteger."

A forma como nos colocamos, gesticulamos, nos vestimos é mais importante do que se costuma considerar. Não pelo apelo fútil de uma divisão de classes sociais ou coisa parecida; muito mais do que isso, é uma forma eficiente de se comunicar. O "vestir-se" é "comunicar-se". Pode ser sua arte, grito, esconderijo, apelo. A forma mais escancarada de se autoafirmar como qualquer que seja, ainda que o objetivo seja apenas se esconder ou camuflar no meio da multidão.

Um comentário:

  1. De fato Lola. Me traz certa angústia este preconceito através das vestes, mas é do humano.

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